Lógica política do momento

Coluna publicada no Jornal Pioneiro de 23 de setembro de 2016

A estranha lógica das eleições municipais de outubro é a de que servirá qualquer candidato a prefeito, desde que não seja do Partido dos Trabalhadores. Isso vale, também, para Caxias do Sul. Nada mais importa, nem mesmo o crescimento da mediocridade, que tomou conta do meio político e administrativo. Comer muito no mesmo cocho exige algum preparo extraordinário para não virá-lo e ninguém sair ferido.

O fato é que emborcaram a gamela se lambuzaram e passaram a exalar o mau cheiro que vem de Brasília. A palavra bacanal ilustraria melhor o que fizeram nas estatais. O novo governo está fazendo uma pausa para reorganizá-la. Será preparado o outro cenário para que continue a licenciosidade. As privatizações de serviços públicos e da infraestrutura de estradas pedagiadas, portos e aeroportos, com a redução da importância do papel das agências reguladoras, a caminhada será sombria.

Está nisso o primeiro sinal da reabertura das porteiras para arranjos fraudulentos com empresas privadas, leilões, combinados, aditivos contratuais frequentes e tarifas caras, se a sociedade ficar apática. No cotejo dos males com os eventuais benefícios produzidos pelo PT, um fato bom aconteceu: caiu a máscara dos partidos tradicionais eu garantiram o governo de coalização cujo ciclo encerrou.

Para Lava-Jato e o Judiciário, trata-se de criminosos, portadores de ficha suja. Houve uma epidemia de contágio mútuo entre os que tinham hábitos comuns de assalto aos cofres públicos. O Lula teve razão quando disse que os membros do Ministério Público por não entenderem o significado de governo de coalização, eram analfabetos políticos. E teria igual razão se dissesse que os cidadãos brasileiros são descerebrados. Nós sabemos que este tipo de governo é aquele que loteia os cargos e compartilha a distribuição do butim dos assaltos ás estatais entre chefes de falanges corruptas de mais de uma dezena de partidos políticos.

Para concluir, é preciso dizer qual a lógica deste artigo. Deixando de lado a indignação do autor, devemos confiar na nossa capacidade de escolha, pois todos os candidatos a prefeito de Caxias são conhecidos pela sua vida pública. O que deveríamos fazer é preservá-los dos falsos apoios que transformaram as administrações públicas o país em uma quadrilha. Importa saber que tipo de prefeito queremos e se ele tem caráter e personalidade par assumir o cargo. Não há partido político que detenha o dom exclusivo de conferir este tipo de diploma.

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