Coronavírus e o impeachment

Marcus Vinicius Gravina

OAB/RS 4.949

Eu decidi ficar em casa.  A lógica no caso da pandemia é evitar o contágio. A classe médica está, insistentemente, lembrando isso.  A saúde poucas vezes se defrontou com a ameaça global da exposição dos trabalhadores em suas atividades, industriais, comerciais e outras.  O nosso mundo vive entre duas saúdes: a humana e a econômica. As duas no cenário dessa contaminação, em todos os continentes estão imbricadas, são siamesas e aí está a dificuldade em separá-las para melhor estudo de suas consequências.

Os defensores de ambas têm razão e saíram em defesa de suas correntes. Não causaria maior espanto se os argumentos de uma e outra não fossem de espertalhões da velha política. Excluídas as advertências dos cientistas e médicos, os demais não confessam suas reais intenções. De um lado estão os que utilizam a pandemia para o jogo político sórdido criador de fatos a serem apontados, logo mais, como fundamentos de crime de responsabilidade administrativa. É focar em quem desejam aplicar o impeachment, quando o presidente for compelido a descumprir a lei de responsabilidade fiscal, dentre outras regras financeiras.  Se não emitir o dinheiro – que não existe – estourando o teto orçamentário para evitar a quebradeira, será acusado de nada ter feito para proteger a economia, cujo caos é iminente.  As contas do país terão um avanço galopante no vermelho. O colapso da economia é coisa certa e passou a ser o deleite da oposição.  

E o presidente? Ele não é menos ardiloso do que os seus opositores. Assumiu, com o seu estilo rude e franco a defesa de quem sem trabalhar não tem como sustentar a sua família e cairá no desespero e dos empresários que irão à falência. É com esta armadura que ele enfrentará a batalha.  Isso é sagacidade.  É, sim. É como se preparou para enfrenar a alcateia de hienas.  Ele sentiu o cerco ardiloso para sua deposição e defende-se como pode. Os seus ministros estão como muita competência tratando da saúde pública e o presidente está se defendendo de ataques pessoais, revanchistas e ideológicos de quem está se valendo de quanto mais cadáveres melhor. Será menor o tempo para recuperação da saúde econômica do Brasil. É isso que parece ser o objetivo político da oposição. Fomentar uma revolta popular para depor o presidente. Acredito que os brasileiros saberão superar estes dilemas exponenciais dos números da saúde e da economia e não irão se contagiar pelos falsos pregadores.   

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